tag:blogger.com,1999:blog-64319480657846264062024-03-05T09:34:57.695+00:00VicissitudeSimilar à Metamorfose em alguns aspectos, a Vicissitude permite que os espíritos moldem e esculpam carne e ossos, a sua própria ou a dos outros.lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-19425812599434268682017-03-25T23:19:00.001+00:002017-03-25T23:19:34.559+00:00The dream is the quest for reality<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdAOc2Aayq8UY5mHHcq6_NNQOU6xA0ktr_VlwIGIRVDuFx4y9N719sOLoV3_MLn-DnUjOSlV_Vu6KrETtji3bebHBBJenfS6CinFiGsPgHoi37ZTGa4x2NFQbXPU7kpniOs2yj2h83zGr1/s1600/__.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdAOc2Aayq8UY5mHHcq6_NNQOU6xA0ktr_VlwIGIRVDuFx4y9N719sOLoV3_MLn-DnUjOSlV_Vu6KrETtji3bebHBBJenfS6CinFiGsPgHoi37ZTGa4x2NFQbXPU7kpniOs2yj2h83zGr1/s640/__.jpg" width="457" /></a></div>
<br />lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-87321833272234269002013-01-03T17:06:00.003+00:002013-01-04T13:16:43.822+00:00Quimera<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqvpMquotjfhnJikLgtICQ8S1Qb6ZtIV4ME5WqwzkM_U9geVW8OyyT62T9Q28lD_hbWW_Pcqqmxw2ov_0NVRJ47nzPfUMvzw41YJ6IPpUHpB093qhiQiegYnARgw6vflJC_jYG-Qlm6i_O/s1600/Smoke_Ghost_by_anderton.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqvpMquotjfhnJikLgtICQ8S1Qb6ZtIV4ME5WqwzkM_U9geVW8OyyT62T9Q28lD_hbWW_Pcqqmxw2ov_0NVRJ47nzPfUMvzw41YJ6IPpUHpB093qhiQiegYnARgw6vflJC_jYG-Qlm6i_O/s640/Smoke_Ghost_by_anderton.jpg" width="209" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Existes nos meus sonhos. </div>
<div style="text-align: justify;">
Ouço o teu riso naquele limbo
incorpóreo entre a realidade e a fantasia. </div>
<div style="text-align: justify;">
Sentas-te comigo na relva e
acendemos uma fogueira. </div>
<div style="text-align: justify;">
As labaredas protegem-nos do bafo gélido da noite e
dançam no teu rosto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mergulho nessa luz celestial, eternamente romântica, como
um banho à luz de velas.</div>
<div style="text-align: justify;">
O céu abre-se. A lua está ainda na fase cheia. A minha
estrelinha pisca-me o olho. </div>
<div style="text-align: justify;">
O novo ano começa. É um bom prenúncio. </div>
<div style="text-align: justify;">
Surges-me
com traços divinos, com a loucura dos que nada temem, com a intensidade
vulcânica dos momentos fugazes. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em mim, a permanência. Aquela certeza que
carregam os que amam sem esperarem nada em troca. Uma vez Tua, para sempre Tua. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo que num incorpóreo à semelhança do limbo que nos separa. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo que
já não existas concretamente, ou que nunca tenhas existido. </div>
<div style="text-align: justify;">
A matéria é a mera expressão
física do que não cabe na união de dois corpos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Somo-nos assim mesmo, nesta
ausência indeclinável. </div>
<div style="text-align: justify;">
Rebenta o fogo de artifício. O esplendor perpetua-se. </div>
<div style="text-align: justify;">
Chuvisca. Soltam-se fadas das brasas incandescentes, que abençoam e encantam.</div>
<div style="text-align: justify;">
Seguem-se doze passas nada tradicionais. Sorrio a cada uma. </div>
<div style="text-align: justify;">
Desejos, tenho
menos, mas neles cabes tu, de uma forma que por superstição não irei revelar,
dentro e fora dos sonhos que nenhuma vida, nenhuma morte poderá levar de mim.</div>
<br />
<br />
<br />
<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="50" src="https://www.box.com/embed/vxsr06bp0hmkplj.swf" type="application/x-shockwave-flash" width="100" wmode="opaque"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-80869203285765208272012-12-30T15:25:00.001+00:002012-12-30T15:32:51.707+00:00Eternidade revisitada<div style="text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBKytiypJl6UwfcY9Bh60vOxy1qH_vxV-cdWpUn62CZOYhzPqcfHZ_cPqsXCwE5ygroTnmPP3_EYUikt9we-0i7kTAEKsB3B79XoqO1vxtMt_2K6jOeO8mr5NuIFC0RkL3FJ9eZnxIKaSf/s1600/You_Hold_Me_Without_Touch_by_MultiCurious.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBKytiypJl6UwfcY9Bh60vOxy1qH_vxV-cdWpUn62CZOYhzPqcfHZ_cPqsXCwE5ygroTnmPP3_EYUikt9we-0i7kTAEKsB3B79XoqO1vxtMt_2K6jOeO8mr5NuIFC0RkL3FJ9eZnxIKaSf/s320/You_Hold_Me_Without_Touch_by_MultiCurious.jpg" width="320" /></a>Fazias-me perguntas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<div>
Os teus
dedos escorregavam-lhe pelo couro cabeludo e o som da tua voz era o leve
crepitar do toque que tão bem reconheço. </div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Respondia-te.</div>
<div style="text-align: left;">
O arrepio percorria-me a
espinha e na expressão do seu olhar encontrava-se o meu deleite.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sei-te bem. Sabes-me melhor. Sou
transparente. E o que não sei, dizem-me os teus olhos quando encontram os meus. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por isso é do meu ventre que arrancas as sensações quando ela se entrega. São
os meus lábios que prendem o teu beijo. É no meu sono que repousa o teu orgasmo.
Mesmo que as nossas peles não se voltem a tocar, mesmo que os cheiros te
confundam.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Encontramo-nos para lá do tempo, antes
e depois de tudo o que é mortal. Porque o Homem jamais pode separar o que a
Natureza uniu. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como este mar que se deita comigo na areia, como o luar que irá
suceder o crepúsculo, como a abelha que oscula uma pequena flor. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tudo acontece de repente, como
numa tempestade. Mas acaso é apenas um nome que se dá ao momento certo. Por
vezes procuramos incessantemente as respostas erradas... e desviantes.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não vivemos o Amor. O ser-humano
é pequeno demais. Ele é que nos vive. Nada somos nos intervalos senão
matéria-prima de um produto inacabado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ouves a minha respiração
palpitante nos sonhos inevitáveis? Chamo-te de volta à tua essência, a mim,
mesmo que momentaneamente. Vens? </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Guardo-a para que não te esqueças de quem és. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Está aqui, encostada ao meu peito, presa a um suspiro teu, a uma gota de suor
que se perdeu: uma lágrima pousada sobre o sinal de nascença, à espera de ser
bebida pela ponta dos teus dedos, os mesmos que desenham agora os contornos
sinuosos de outro corpo em êxtase.
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #33cc00; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic;">photo: You Hold Me Without Touch by MultiCurious </span></span></div>
</div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="50" src="https://www.box.com/embed/2a2g2sq5sd8p0y1.swf" type="application/x-shockwave-flash" width="100" wmode="opaque"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-33836641809439582572012-05-06T01:50:00.000+01:002012-05-08T21:13:46.346+01:00Ambiguidade<br />
<div class="MsoBodyText" style="text-align: center;">
Ficaste fragilizada após a gravidez.<br />
Mutilei o teu corpo.<br />
Magoei-te.<br />
Hoje tens dores nas costas,<br />
perdeste as forças,<br />
sentes-te velhinha.<br />
<br />
M Ã E<br />
<br />
Eu bebi do teu leite.<br />
Alimentei-me de ti.<br />
Por mais dores que te possa ter trazido,<br />
mas também por elas,<br />
os nossos, mesmo que invisíveis às vezes,<br />
são laços que não se quebram.<br />
<br />
<br />
Com Amor.<br />
(duplo)<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://fc00.deviantart.net/fs47/i/2009/191/6/c/Fountain_of_life_by_LoneDonTimes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://fc00.deviantart.net/fs47/i/2009/191/6/c/Fountain_of_life_by_LoneDonTimes.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="color: #444444; text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;"><i>photo: "Fountain of Life" by LoneDonTimes</i> </span></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
</div>
</div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: center;">
</div>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-23941257773159425482012-03-11T20:35:00.004+00:002012-03-11T20:41:59.355+00:008, 9...<div style="text-align: justify;"><br /><br />Dóis-me tanto! Tanto e tão fundo, tão fundo que nem consigo chorar-te! Um fundo de núcleo terrestre. Ardo. Sinto-me a queimar por dentro como um pedaço de papel amarrotado. Ardem palavras inscritas que se tornaram ilegíveis às sensações e ao tempo. Fica este silêncio, este silêncio e esta escuridão. Procuro esconder-me de mim no mundo, mas acompanho-me sempre. E por detrás de cada sorriso, por detrás de cada palavra simpática, de um bom humor contagiante que roça a loucura, está o rosto sem máscara, que pinga ainda sangue e lágrimas, está o reflexo do olhar de uma Medusa espalhado por um corpo esquecido. Implodo constantemente, sou onda que bate de encontro à encosta e é devolvida ao mar com a mesma violência. Preciso respirar e não consigo; trago uma corda atada ao pescoço que me esmaga a traqueia. Não sei viver na minha pele, não me reconheço. Aterrei num planeta estranho, ao qual sinto que não pertenço, caminho desfasada. Caminho sem verdadeiramente caminhar, pois é só aqui que me encontro comigo, a sós, nesta angústia corrosiva e esgotante que não consigo arrancar de mim nem à força. Nada me faz sentido. Nada. Do que foi. Do que não foi. Do que ficou por ser e jamais poderia ter sido. O conflito interior em cessar fogo, pelo vazio que me habita. Será que morri? Será isto o limbo, a transição através de coisa nenhuma? Será isto a ressaca da maior dependência que já sofri? Ou será isto o abandono em negação do Maior Amor que já conheci, mutilado e torturado desde o dia em que nasceu? Amor que não jaz, morto-vivo preso a mim, arrastando-me pelas horas, pelos dias que conto mas parecem não passar...<br /></div><br /><br /><br /><iframe src="http://www.youtube.com/embed/MFtaSNiGWuc" allowfullscreen="" width="420" frameborder="0" height="315"></iframe>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-54160565581498928332011-11-19T13:46:00.002+00:002011-11-19T14:32:52.513+00:00Nicest Thing<iframe src="http://www.youtube.com/embed/Nt3el-QY2i8" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" width="420"></iframe><br /><br />"All I know is that you're so nice<br />You're the nicest thing I've seen<br />I wish that we could give it a go<br />See if we could be something<br /><br />I wish I was your favourite girl<br />I wish you thought I was the reason you are in the world<br />I wish my smile was your favourite kind of smile<br />I wish the way that I dressed was your favourite kind of style<br /><br />I wish you couldn't figure me out<br />But you'd always wanna know what I was about<br />I wish you'd hold my hand<br />When I was upset<br />I wish you'd never forget<br />The look on my face when we first met<br /><br />I wish you had a favourite beauty spot<br />That you loved secretly<br />'Cause it was on a hidden bit<br />That nobody else could see<br />Basically, I wish that you loved me<br />I wish that you needed me<br />I wish that you knew when I said two sugars,<br />Actually I meant three<br /><br />I wish that without me your heart would break<br />I wish that without me you'd be spending the rest of your nights awake<br />I wish that without me you couldn't eat<br />I wish I was the last thing on your mind before you went to sleep<br /><br />Look, all I know is that you're the nicest thing I've ever seen<br />And I wish that we could see if we could be something<br />Yeah I wish that we could see if we could be something"lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-26356029395413761482010-08-22T11:33:00.008+01:002010-08-22T11:43:10.918+01:0022<embed src="http://www.box.net/embed/e464671g0yrz1br.swf" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="50" width="100"></embed><br /><br /><br /><div style="text-align: justify;">Todos os dias para mim são agora este Número Mestre. Todas as noites são a ampliação do mesmo. Sou atingida pelas suas vibrações poderosas, que me roubam o sono ao invadirem-me o íntimo de sensações que me transcendem e enlouquecem. Segundo as interpretações celestiais, é a sequência mais elevada de todas: construtiva na iluminação, destrutiva na frustração. Nas paredes sarapintadas do quarto onde não pernoitas, o par esboça uma assombração iminente. Há quem chame insónia à ausência de ti, mas é esta intuição sem nome que me atormenta... e esta culpa metabólica de não conseguir indicar-te o caminho definitivo de volta para casa. Abasteço-me abundantemente de géneros que não consumo, de livros que não leio, de músicas que não ouço, para ocultar a miséria globalizada da minha vida. Flutuo entre muros e tectos, sem chão e sem abrigo, sem descanso, pelo claustro voluntário em que mergulhei, à espera da aurora que não chega. Agarro-me à dormência das extremidades latejantes do meu cérebro, à procura de um qualquer desmaio, mas não adianta. Não durmo. Estou aqui, na companhia de um maço que se acaba. Nada sei a não ser do que preciso neste vazio que engulo aos solavancos: a anestesia volátil do álcool que não ingiro, o relaxe inteligível da droga que não fumo, a letargia instantânea dos soporíferos que não tomo. Sento-me e debruço-me sobre as palavras salgadas que flúem em dilúvio. Não me lamento das contracções que me percorrem os músculos, nem dos soluços em que me engasgo. Não há queixume no isolamento do mundo a que me sujeito, consciente de mim. Forcei-me a adoptá-lo, quando tantas vezes me foi imposto e seria/será ainda, para que não me volte a escapar. Fatídico como um cancro que se conhece, não como um súbito acidente de viação. Igualmente insuportável, mas de mais fácil aceitação. Não existe assim o choque frontal com o espanto e o horror. Existe sim o desalento mórbido, a hora demorada e humedecida, a tortura ora lânguida ora desesperada, o dia que se repete sucessivamente na esperança vã do milagre.<br />Hoje amanheço na praia de um Outubro nosso, onde nos banhámos e amámos sem limites. O sol afinal já vem aí, mas não nasce para mim. Levanta-se enquanto eu me deito e absorvo as réstias indeléveis do teu cheiro na almofada e sonho ainda acordada com um “até já” que não acontece.<br /></div><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSAK2bSJqRiHoWv5_r-vS7UAealUjVwqU1MH1WIvj69GIg_hIVZJHIQD9-U_ba4KKO08Aeesfy0tE_xPAfg4FITw7hRV4xQu7NZy09xoOpdzfJfS1Idyg9pcywDFffr8tjiRb8qCxvMICf/s1600/22_by_disconnactuseractus.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 299px; height: 352px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSAK2bSJqRiHoWv5_r-vS7UAealUjVwqU1MH1WIvj69GIg_hIVZJHIQD9-U_ba4KKO08Aeesfy0tE_xPAfg4FITw7hRV4xQu7NZy09xoOpdzfJfS1Idyg9pcywDFffr8tjiRb8qCxvMICf/s320/22_by_disconnactuseractus.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5508181053330998418" border="0" /></a><br /><div style="text-align: right;"><span style="color: rgb(51, 204, 0);font-size:85%;" ><span style="font-style: italic;">photo: 22 by disconnactuseractus </span></span></div>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-57146245640310044762010-08-22T00:00:00.001+01:002010-08-21T00:59:26.566+01:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJWkXMM2tDxTDVnW0gdQd8wBd8_sKpeOwJlaaHkT2YgTLfdel3IQ_fg7-8d4UHNuM_wPX5gdnBKAOWW8RG8nf92nCqQRzINKPy8004lJy11ofKLWMsYcmv6ACDVXRVkSs6H6-K9n5OLshK/s1600/1264231723513_f.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 245px; height: 185px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJWkXMM2tDxTDVnW0gdQd8wBd8_sKpeOwJlaaHkT2YgTLfdel3IQ_fg7-8d4UHNuM_wPX5gdnBKAOWW8RG8nf92nCqQRzINKPy8004lJy11ofKLWMsYcmv6ACDVXRVkSs6H6-K9n5OLshK/s400/1264231723513_f.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5507642534687747890" border="0" /></a> <p style="text-align: justify;" class="MsoBodyText">Não foste tu quem me trouxe aqui. Caminhei pelos meus próprios cascos, descalça e vulnerável, saltei aturdida do curro para uma arena sem saídas de emergência. Vi-me encurralada. Aproximei-me de ti como besta ingénua e curiosa que fareja. Reconheci-te e confiei-me. Um dia alimentaste-me os sonhos mais puros, as fantasias mais secretas. Coloquei-me por isso à tua mercê. Dei de mim tudo o que tinha e tudo o que a vida me emprestou. Não te temi após as primeiras investidas. Estranhei-te, como um filho espancado por um pai alcoolizado, que não percebe o que fez para o provocar. Não te temi quando me tingiste de vermelho. Encolhi-me e chorei, achando que a culpa era minha. Não te temi quando a incredulidade me tomou de assalto ao insistires nos golpes. Nem tentei escapar. Permaneci, hirta e quase firme. Depois a dor tornou-se acutilante. Revoltei-me contra ela. Sentidos entorpecidos, agredi-te com o ímpeto próprio do instinto natural de sobrevivência. Parti madeira e ferro, rasguei pano e pele, ensandecida. Debati-me como qualquer animal atingido mortalmente. Parti-te a ti. Mas nunca quebrei laços.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoBodyText">Agora desfaleço devagar. O meu couro não é tão resistente como o de outros membros da raça bovina, nem a minha subespécie é adaptada aos frenesins tauromáquicos. Tenho o mar a jorrar-me dos olhos e o sangue das artérias. Já nada no meu ser moribundo clama os arrufos da tua desumanidade. Já não há força no meu tumulto que me acoberte de ti. Deixa tombar as bandarilhas, arranca de mim as garrochas e degola-me. É o único acto de misericórdia que te resta. Ou quebra decisivamente e mistura o teu sangue com o meu, resgatando-me assim desta morte lenta.</p><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/nsyko32tme618s6.swf" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="50" width="100"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-49399824184755560362008-08-19T18:11:00.020+01:002010-08-09T12:08:31.745+01:00A cada segundo da minha existência<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLBxJ8k4KtwJVsqCR-scu2mwcy_LnB92ydQl-D7XXiw54uvmAYspwGqEOXvh9Kt4Tn0NJSYrwYoI18ro2DzPJUU9prQ3nqfqOi3Dl16cWjBGgAg446o4n2boKawdk_iqi47zzUgB03PZMz/s1600-h/portrait-bits.tcl.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLBxJ8k4KtwJVsqCR-scu2mwcy_LnB92ydQl-D7XXiw54uvmAYspwGqEOXvh9Kt4Tn0NJSYrwYoI18ro2DzPJUU9prQ3nqfqOi3Dl16cWjBGgAg446o4n2boKawdk_iqi47zzUgB03PZMz/s320/portrait-bits.tcl.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5236279161436614594" border="0" /></a><br /><br /><br /><div style="text-align: center;"> <p class="MsoNormal">Querer falar-te em gestos, mais do que em palavras, </p> <p class="MsoNormal">do arrufar infatigável da saudade no meu peito</p> <p class="MsoNormal">em dias uns iguais aos outros, de monotonia imperturbável,</p> <p class="MsoNormal">nos lugares a sós onde o teu toque ausente ocupa todos os meus sentidos.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Porque nestas horas em que não te falo, o meu pensamento voa até ti</p> <p class="MsoNormal">como as ondas na constância nítida das marés,</p> <p class="MsoNormal">e toda eu sou sal por dentro,</p> <p class="MsoNormal">em amor e nostalgia.</p><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="color: rgb(51, 204, 0);font-size:85%;" ><span style="font-style: italic;">photo: haleh bryan </span></span><br /></div></div><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/bk659l0qn9lohjn.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-30632832845002267282008-04-01T18:46:00.005+01:002010-08-09T11:31:41.184+01:00sem fim<div style="TEXT-ALIGN: justify"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5MzluScJkkerMVq-Wos-vcBmvNi44iofoGqibC4Pkasb-yQoLxyz3MCiYX1ir8u8Wl5HZTf5yE9S5UE8JKfrOAPRp3qW0BLHLHDCA_-v0EUdQnHs1p9Y69H65J089QpVOHpxNRoiO_KKk/s1600-h/DSC00006.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5184335313422645762" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: pointer; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5MzluScJkkerMVq-Wos-vcBmvNi44iofoGqibC4Pkasb-yQoLxyz3MCiYX1ir8u8Wl5HZTf5yE9S5UE8JKfrOAPRp3qW0BLHLHDCA_-v0EUdQnHs1p9Y69H65J089QpVOHpxNRoiO_KKk/s320/DSC00006.JPG" border="0" /></a><br /></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Hoje</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center"> </p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p></p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Quis escrever-te palavras harmoniosas,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Tão bonitas como o que sinto,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Tão apetecíveis como tu,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Tão sublimes como o sonho que te abraça</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">E me preenche.</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Lancei o meu espírito ao vento, </p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Qual barco à vela num mar multicolor,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Rumo ao horizonte onde resplandeces.</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center"><o:p></o:p></p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Senti-me extasiada com a visão,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Ansiosa, por antecipação,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Incrédula, pela possibilidade,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Devota, com uma fé inabalável,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Feliz, pela memória que trago </p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">do tanto que me fizeste sentir já,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Num tão curto espaço de tempo,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center"><o:p></o:p></p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Como um nevão inesperado</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">que se deita sobre um vale,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Cobrindo tudo de um branco imaculado,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Criando uma paisagem nova,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">De onde só brotam as sementes mais resistentes,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">E os desejos mais firmes.</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">De onde nasce uma nova vida,</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Frondosa e sagaz, </p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Que se espalha, infatigável, </p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Pelo mundo que espera</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">A conquista inevitável do amor</p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Que nos enriquece e alimenta</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center"> </p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center"><o:p></o:p></p><div style="TEXT-ALIGN: center"></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: center">Todos os dias.</p><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/2xtichk5kl93rzt.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-62488717311542306132008-03-03T19:01:00.004+00:002010-08-10T20:28:39.754+01:00cronónimo<p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">O desfilar incerto de números </p> <p class="MsoNormal">que se vão acotovelando numa calçada temporal, </p> <p class="MsoNormal">sempre prontos a vestir memórias. </p> <p class="MsoNormal">Números de semblante domingueiro, </p> <p class="MsoNormal">aos quais deixei de conseguir dar suma importância, </p> <p class="MsoNormal">pelo ócio e negligência que foram introduzindo</p> <p class="MsoNormal">nos percursos debotados que tracei a dois. </p> <p class="MsoNormal">Primeiro, atravessei-os </p> <p class="MsoNormal">com aparente indiferença. </p> <p class="MsoNormal">Depois, comecei a ignorá-los </p> <p class="MsoNormal">sem nunca os conseguir esquecer. </p> <p class="MsoNormal">Até perderem a capacidade de se evidenciar </p> <p class="MsoNormal">no arrancar das folhas dos calendários que não uso.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">De repente, surgiste tu, a dizeres-me de ti. </p> <p class="MsoNormal">Espelho difuso da minha alma. </p> <p class="MsoNormal">Reflexo de tudo o que pretendi esquecer de mim mesma. </p> <p class="MsoNormal">Despiste-me a noite. </p> <p class="MsoNormal">Vestiste-me o dia. </p> <p class="MsoNormal">Preencheste os espaços que não identificava vazios. </p> <p class="MsoNormal">O consentimento mudo e mútuo </p> <p class="MsoNormal">de um amor por desabrochar, encoberto. </p> <p class="MsoNormal">Dei-me, sem me aperceber, </p> <p class="MsoNormal">novamente aos números. </p> <p class="MsoNormal">Mais ainda a ti. </p> <p class="MsoNormal">Guardei todos os pedacinhos datados </p> <p class="MsoNormal">do que fomos espalhando pelo quotidiano. </p> <p class="MsoNormal">Algarismos em sensações. </p> <p class="MsoNormal">Sensações em haste e estirpe. </p> <p class="MsoNormal">Raízes que rasgam a terra onde se fundaram, </p> <p class="MsoNormal">palmilhando impetuosamente terrenos desconhecidos.</p> <p class="MsoNormal">Paraíso em bruto,</p> <p class="MsoNormal">foi o que descobri.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Contíguos os desejos,</p> <p class="MsoNormal">as imagens de infinitas possibilidades.</p> <p class="MsoNormal">Pensamentos em molde de alianças.</p> <p class="MsoNormal">Sonhos de configurações juvenis.</p> <p class="MsoNormal">Os nossos filhos.</p> <p class="MsoNormal">A nossa casa.</p> <p class="MsoNormal">A vida em sobressaltos de cores primaveris</p> <p class="MsoNormal">e tempestades tropicais.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">O espanto e a novidade de me saber tão longe tão cedo,</p> <p class="MsoNormal">tão dentro e tão além, tão eu em nós,</p> <p class="MsoNormal">com todas as expectativas que recusei</p> <p class="MsoNormal">ao longo de uma eternidade à qual não pertencias</p> <p class="MsoNormal">…ainda.</p><br /><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/c2jzz2mdmdfd4g2.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-7309315402143093112008-02-25T00:29:00.007+00:002012-03-11T22:33:08.657+00:00hoje<div style="text-align: justify;">A minha visão nem sempre é tão nítida como a de um girassol. Nem tão perfeita como os contornos do teu corpo. Os meus olhos, como eu, são inacabados. São olhos que se ofuscam perante a luminosidade que irradias em momentos de fusão.<br />O meu toque não é tão leve como um sopro. Nem tão pesado que não se levante e paire sobre a essência do caminho a percorrer, ainda. Braços em grua, que procuram erguer sobre a tua pele a permanência.<br />O meu paladar não é tão apurado como o de um enólogo, nem tão ténue como o de uma gripe. Distingue, no entanto, todos os teus sabores, mesmo na ausência deles.<br />O meu olfacto... bem, esse, é o de um animal irracional, incontrolável e certeiro. Absorção inevitável de tudo o que se cola à pele. Cheiras-me a Casa. Aquela onde te encontras, meu único e indubitável porto de abrigo.<br />A minha audição é o mais falível de todos os sentidos. Porque nem sempre te ouço com os ouvidos de dentro. Falho. Escorrego. Caio. Magoo-me. Fujo. Não deixes de insistir, nem desistas de mim, por isso. Falta-me o amor a mim própria para que não me deixe enganar estupidamente perante as provas que me colocas.<br /><br />Hoje, meu amor, hoje, precisava de ti por um mero instante de partilha, de empatia rara, de entendimento mútuo. Porque (re)nasço. Porque me faz sentido este querer(-te) para além de tudo e de todos.<br /><br />Sou o teu berço e o teu túmulo. A vida para lá de tudo. A morte a cada instante de dor. Tudo o que sempre quiseste e tudo o que sempre odiaste. O mundo que é o teu. Eu.<br /><br />Tu... a minha Vida. Mesmo quando choro. Como hoje.</div><br /><br /><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/j785pokpx2zi8xe.swf" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" width="100" height="50"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-88440794796308223852008-01-09T21:54:00.002+00:002010-08-10T20:50:38.278+01:00solstício<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc454eOByG9KTtlic3ppwxfH-2i7QtYmQnlWDvqagOLRnxesvcsV5q-jwXuNcb5X6YXFtIGAkrmP4AsDkvuIDeC9onLxnzQA7grW3tLD_pWTX7VbBExvMyeHTcUcnY7KSiyE5i7twyQfZP/s1600-h/Ariel__s_Wipeout_by_groundlingchild.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc454eOByG9KTtlic3ppwxfH-2i7QtYmQnlWDvqagOLRnxesvcsV5q-jwXuNcb5X6YXFtIGAkrmP4AsDkvuIDeC9onLxnzQA7grW3tLD_pWTX7VbBExvMyeHTcUcnY7KSiyE5i7twyQfZP/s320/Ariel__s_Wipeout_by_groundlingchild.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5153599741508325778" border="0" /></a>Fazer amor contigo é música. O som é o das ondas do teu corpo e o das raízes da tua voz a crescer. Sons do Mar e da Terra. Em ti. Depois o silêncio. A elevação. Subo à doçura de uma nuvem com o teu rosto. Sonho dentro dos teus olhos. E novamente as forças da Natureza. Beijo-te. Línguas quentes de cheiros. Línguas escritas que se engolem, se alucinam e que imprimem nas peles pungentes a humidade das palavras. Dedilho coisas indecifráveis pelas ruas do teu corpo. Sei-te pelo tacto. E chamo-te para me saber viva. Tu vens e arrebatas-me. A minha ebriedade é a da sede e a da chama. Amo-te na invisibilidade das coisas, na ruptura das minhas forças, no etéreo espaço imaculado ao expoente máximo da loucura. Amo-te em total abandono. Concretizá-lo é música. Volto aos sons.<br /></div><br /><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="color: rgb(51, 255, 51);font-size:85%;" ><span style="font-style: italic;">photo: Ariels Wipeout by groundlingchild</span></span><br /></div><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/tdq2u0nxvfmuza9.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-66718181310614790102007-11-14T16:25:00.002+00:002010-08-10T20:56:28.350+01:00passagem<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibzJRxA2rhj1rtqGGfwiOAjgxQ0OUtupyv4cUlM6Z3RDDkjEjnzvOryUGYjf4Pj5MwgK1YzK6fzdnOUPCjfmYlSnh_2O9YtAvnzePtqzEDKBxhF9XAW22OYwNb2-gibAxcddopTIzFBPpl/s1600-h/opium.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibzJRxA2rhj1rtqGGfwiOAjgxQ0OUtupyv4cUlM6Z3RDDkjEjnzvOryUGYjf4Pj5MwgK1YzK6fzdnOUPCjfmYlSnh_2O9YtAvnzePtqzEDKBxhF9XAW22OYwNb2-gibAxcddopTIzFBPpl/s320/opium.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5132733313748835234" border="0" /></a><br /><br /><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">O doce sabor do ópio da pele.<br /><br />Abres a boca, e ofereces-me mil mundos novos.<br /><br />Hoje não consegui fazer nada senão pensar, e isso já parece tanto. Demasiado, até.<br />Haverá alguma razão para o horário laboral ser o pano de fundo mais propício a isto? </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">O cenário mais apropriado a solilóquios ardidos e renascidos das cinzas?<br /><br />Quero carne, suor, lágrimas…talvez até sangue. Obscenidades faustosas.<br />Quero uma dose de álcool, porque dificilmente haverá beleza como a dos sentimentos embriagados.<br />Quero morrer de madrugada, afogada em volúpia. Ao teu lado.</p><br /><span style="font-size:78%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold; color: rgb(51, 204, 0);"><br /><br /></span></span><div style="text-align: right; color: rgb(255, 153, 0);"><span style="font-size:78%;"><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 204, 0);">photo: The Opium Wars2 by AmorouslyFading</span></span></div><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/ster93m3atq4xgq.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-33115009889648204602007-09-09T12:31:00.003+01:002010-08-12T11:40:27.888+01:00era uma vez...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPK-qoCOwH3kPvZcB_s3TompBZtU2XtAm_0lbP_d-1OGhVjYAek1m6OvgFGsbKGGJVg1r4mkydtOCzXgFXYrkP6Wuek5WatYU46zTR8zAJSsKbzdgMGr_Tyak_834bvBGchfwBhbuhBzsv/s1600-h/ABl.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPK-qoCOwH3kPvZcB_s3TompBZtU2XtAm_0lbP_d-1OGhVjYAek1m6OvgFGsbKGGJVg1r4mkydtOCzXgFXYrkP6Wuek5WatYU46zTR8zAJSsKbzdgMGr_Tyak_834bvBGchfwBhbuhBzsv/s320/ABl.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5108165667419639490" border="0" /></a><br /><div style="text-align: center;"><br />Chama-me, com uma voz de comando irresistível, uma grande e longa viagem...<br /><br />...a de dentro.<br /><br /><br /><br /></div><div style="text-align: center;">Que os ventos e as marés me devolvam à praia à qual pertenço.<br /><br /><br /><br />Até lá, fica este silêncio<br />de nuvens brancas de algodão doce,<br />que não desejo nem curto, nem longo,<br />mas livre de permanecer e partir quando quiser.<br /><br />Assim como todos os seres e todas as coisas com asas.<br /><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 102, 102);">...para sempre</span><br /></div></div><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/5al3x8krhk6xkrc.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-41006164112725581912007-09-04T21:38:00.001+01:002010-08-10T22:01:39.737+01:00fonte<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoTudH6vSDX16jI8xSuNRnUCtzZGCkt8cQC2wut-nQy4eclS1Ero60Iy62vpXIcw-rODmZEYKv28SXbPd7LR0ETr3okFS6tvynO5D_y_cKPHkA9ZR54zH0SevYYFuSgUHdxTCSGvaxg9nX/s1600-h/Spilt_Milk_by_Norrin_Radd.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoTudH6vSDX16jI8xSuNRnUCtzZGCkt8cQC2wut-nQy4eclS1Ero60Iy62vpXIcw-rODmZEYKv28SXbPd7LR0ETr3okFS6tvynO5D_y_cKPHkA9ZR54zH0SevYYFuSgUHdxTCSGvaxg9nX/s320/Spilt_Milk_by_Norrin_Radd.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5106451567446642354" border="0" /></a>Penso em ti. </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><!--[if !supportEmptyParas]--> <o:p></o:p></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Por dentro do ímpeto da caça desenfreada que me move, do quente adocicado do leite que me deste a beber, fui criança à descoberta. De memória em punho gravei na pedra do caminho o singular momento da tua entrega, tão natural e inevitável. No leito improvisado do desejo agarraste-me com a força de um náufrago, como se me pedisses que não mais te largasse. Já sei o que vais dizer: “É o reflexo espontâneo do orgasmo. E sexo é sexo.” Vital e necessário a tanta gente. Mas não foi o que o teu corpo me gritou, não foi esse o som no encaixe. Imperceptível e menos breve, a melodia dos teus sentidos em exercício de relaxamento.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Não recordo o teu cheiro, embora tenha ficado preso a mim vários dias. Dias que se diluíram como o teu gosto na minha boca. No rastro delével do teu cosmos, quis-te outra vez. Estrela cadente de substância secreta. Representaste o papel desnecessário de objecto inconquistável. A luta que impões amplia-te a avidez na vertigem de um auto-controlo excessivo. Pretendes com isso segurar a vontade alheia. Mas a minha escorregou-te, caiu ao chão e partiu-se. O meu querer não perdurou. Não eras casa que eu habitasse. Então, ensaiei a partida. Tu intuíste que a noite de estreia se avizinhava e antecipaste-a.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Não sei se te agradeça ou te guarde, mas apetece-me dizer-te que o nosso reencontro será intenso e o sexo violento, e que no dia seguinte terei a marca dos teus dentes nos meus lábios. Porque nós repetimos sempre os trilhos que se cruzam. E tu és a presa cabal da tua própria natureza predadora.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Terás ainda o leite, fonte de vida, espesso e revigorante para me dar a beber, ou apenas o sangue cálido que se verte ainda dessa chaga aberta?</p> <br /><br /><div style="text-align: right; font-style: italic; color: rgb(255, 153, 0);"><span style="font-size:85%;">photo Spilt Milk by Norrin Radd</span></div><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/qntxraok5dividc.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com30tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-58873173310428075792007-08-24T23:21:00.002+01:002010-08-12T12:05:29.770+01:00.. ....<embed src="http://www.box.net/embed/vy5xne8hgcag6ez.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed><br /><br />"Estou doente<br />Perfeitamente doente<br />Privaste-me de todos os meus cantos<br />Esvaziaste-me de todas as minhas palavras<br />Portanto, eu tenho o talento<br />Rente à tua pele<br />Este amor mata-me<br />Se continuar<br />Irei falecer a sós comigo<br />Junto ao meu rádio<br />Como uma menina idiota<br />Escutando a minha própria voz que cantará...<br />Estou doente<br />Completamente doente"<br /><br /><br />A música, por vezes, é o grito que calamos e que precisa de se soltar,<br />mesmo que no silêncio pingado, de olhos fechados.<br /><br /><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6p-zLniLZiVZ_vA0o8GT4vZYdv9bkvYpnpTPhqStQkTi57ryoXAmBWrgqWO9jcfwVcnycUFAQuUeYp9bkzpOfyyTnNbgYZeZTyl9QjTaRA-enaFF4YqSvSFaG4CfhhRv9F7XO4seHwdM4/s1600-h/dance_by_scottchurch.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 387px; height: 225px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6p-zLniLZiVZ_vA0o8GT4vZYdv9bkvYpnpTPhqStQkTi57ryoXAmBWrgqWO9jcfwVcnycUFAQuUeYp9bkzpOfyyTnNbgYZeZTyl9QjTaRA-enaFF4YqSvSFaG4CfhhRv9F7XO4seHwdM4/s320/dance_by_scottchurch.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5102395984447852194" border="0" /></a><br /><div style="text-align: right;"><br /></div><div style="text-align: right; font-style: italic; color: rgb(255, 153, 0);"><span style="font-size:85%;">photo dance by scottchurch</span></div>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com43tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-48335386246944550902007-08-23T22:15:00.002+01:002010-08-12T13:22:11.309+01:00abalada<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuG2SK7fszKg3JUG59rtjJ9cXtt0UAZ2KAslMrXOpJnEMMOkJrxR8x0JwoYVawqUiPwPKksSCz70HzfmUYgLznWplhA9kdmnLhTnBwFW12-jcFY7tndmRLi3OR79OxOMkQDMP8YBV1ilDV/s1600-h/IMG_0031.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuG2SK7fszKg3JUG59rtjJ9cXtt0UAZ2KAslMrXOpJnEMMOkJrxR8x0JwoYVawqUiPwPKksSCz70HzfmUYgLznWplhA9kdmnLhTnBwFW12-jcFY7tndmRLi3OR79OxOMkQDMP8YBV1ilDV/s320/IMG_0031.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5102013126768119442" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0);"><span style=""><br /></span> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style="">O amor deveria ser uma panela de sopa <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >sem</span> fundo, servida às conchas e ao desbarato. A <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >fome</span> seria menor.<o:p></o:p></span></p> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style="">O amor deveria ser <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >uma</span> balança de pratos equilibrados. Mas não escolhe nem peso, nem medida, nem cor, nem tempo, nem <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >voz</span>. Escolhe-nos e já está. <o:p></o:p></span></p> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style="">E partimos para <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >o mundo</span> com a cabeça em jardim florido. E partimo-nos a nós n<span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >a viagem</span>.<o:p></o:p></span></p> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style="">O amor é felino. Faz o que <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >quer</span>.<o:p></o:p></span></p> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style="">O amor é o que levaste de mim, na prova desleal d<span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >os teus sentidos</span>.<o:p></o:p></span></p> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style=""><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style="">Dás-me a <span style="color: rgb(255, 255, 255);">vestir</span> farrapos como trajes carnavalescos. E eu mergulho nas <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >águas</span> turvas dos canais de uma Veneza mais <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >a norte</span> e mais a longe.<o:p></o:p></span></p> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style=""><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p style="color: rgb(255, 255, 255);" class="MsoNormal"><span style="">Escrevo-me em <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >postal</span>, com gestos de giz em ardósia de palavras quebradas a meio. E guardo-me num envelope <span style="font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-size:130%;" >sem selo</span>.<o:p></o:p></span></p> </div><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/gs4x6k9az2fi0eq.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-75544172099227008992007-08-20T22:44:00.001+01:002010-08-12T16:35:00.062+01:00oblivion<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHmYVyn6iTVLl5p5UyylHj5EkZtkJEKSSb5oYISzNCkNUwqouYVvtgRbz_Nxmq2xFkGfrDTl56ebuvrUd7VBLDjP69Zy7diMZZT40RvhzJgElN4sgvSzdb4IA6Q8Xub_xVbstljMneNt3R/s1600-h/limbo.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 389px; height: 190px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHmYVyn6iTVLl5p5UyylHj5EkZtkJEKSSb5oYISzNCkNUwqouYVvtgRbz_Nxmq2xFkGfrDTl56ebuvrUd7VBLDjP69Zy7diMZZT40RvhzJgElN4sgvSzdb4IA6Q8Xub_xVbstljMneNt3R/s320/limbo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5100902418160602722" border="0" /></a><br /><br /><div style="text-align: justify;">Estado intermédio entre tarde e noite. Limbo que me arrebata os sentidos e me deixa ébria e letárgica. Hoje, especialmente. A hibernação constrangida dos pensamentos que me têm massacrado o espírito a todos os instantes. Como que uma anestesia. E sabe-me bem. Ostenta o travo agridoce da libertação e da intangibilidade. Gosto deste pairar sobre as coisas. Gosto de sentir o odor remoto da tua pele à distância, sem que me penetre as narinas. De recordar a leveza inconfundível nos passos que te levam e trazem. A permanência indelével do que se funde no abraço. Foi preciso despertar de uma sesta, depois de tantas noites sem dormir decentemente, para acordar em mim. E saboreio-me na eternidade de tudo o que sei meu. Naquela paz outonal que nos abstrai do que nos rodeia e faz parar o tempo. Ao som suave e nocturno da chuva miudinha que não cai. Hoje vou estar comigo. Na contagem decrescente dos minutos que me separam novamente do sono. De uma forma como não me visito há muito. E vou sentir-me como outrora, quando o chão se solidificava, a porta se abria e tudo era possível.<br /></div><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/capqx79mn1o7pun.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-52571793585782566552007-08-19T22:24:00.004+01:002010-08-13T09:25:57.003+01:00ad eternum<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgspdHlu4QpHUQbYovz4ux-C7wdSw9eqT9EF-XV95uB5vWS3QUk_wQVyQVa6EcXmDeKrAlqoDhXrtj2bORV72Wzrco_0GMs9sE80zj7XW2G1dz9AXZCC1uoof3Nb-gIUBVJeWnQout9fhIJ/s1600-h/19Ago07.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgspdHlu4QpHUQbYovz4ux-C7wdSw9eqT9EF-XV95uB5vWS3QUk_wQVyQVa6EcXmDeKrAlqoDhXrtj2bORV72Wzrco_0GMs9sE80zj7XW2G1dz9AXZCC1uoof3Nb-gIUBVJeWnQout9fhIJ/s320/19Ago07.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5100526127485865554" border="0" /></a><br /><br />Todos os trajectos que percorri. Os continentes e oceanos que fui atravessando.<br />As experiências que me enriqueceram. As histórias por contar.<br />Eterna viajante, com sede de universo.<br />A vida desenrolada na palma da minha mão. A imensidão diante dos meus olhos.<br />O infinito a alcançar, sem cansaço.<br />Tudo. Tanto. Para chegar aqui.<br />E me aperceber de que o meu mundo é tão somente este, onde sorrio e descanso. Tu.<br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/3s6my1bcz1j2qlp.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always" flashVars="backgroundColor=#FFFFFF"></embed><br /><br /><br />... que não mais.lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-21169235924240259872007-08-09T14:12:00.000+01:002007-08-09T14:34:41.303+01:00vazio<p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal">Há horas infinitas que me chovo dentro. Água densa e salgada. A tempestade veio do mar, invadiu os rios, rebentou diques e muralhas, inundou campos e cidades. Tsunami implacável e trágico.</p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal">Morro-me hoje de tudo o que sou. A noite percorreu murmúrios inaudíveis em tom de consolo. Mas eu estou inconsolável. Dos sonhos transbordaram faces sem nome, transfiguradas. A tua estava entre elas, suspensa no assombro do momento derradeiro da tua partida. </p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal">Depositaste-me nos braços o nosso filho, moribundo, já sem fome, na esperança de que o enterrasse longe da renúncia de que te alimentas. Não tenho coragem. Ainda ontem me agarrava a ele com todas as minhas forças, como se pudesse trazer-lhe um sopro de vida. Acreditei piamente, de cara lavada em lágrimas, que enquanto existissem gestos que naufragassem, existiria salvação.</p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal">Despojo-me agora do bem definitivo em que as coisas se eternizam. Abandono-me por não me caber.</p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal">Não há nada de luminoso no ferro dos grilhões que sacudo com violência, nas correntes que me estrangulam os sentidos. Grito até perder a voz. Ninguém ouve. Ninguém se importa. Só eu e tu, outrora, mirávamos o horizonte onde ergues o estandarte da tua vitória assassina. O verde e as flores secaram sob o sangue derramado à sombra do teu medo poente. </p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal">Distorci-me em plenitude. Porque aos teus olhos enlouqueci, enraivecida. Porque me crucificaste em espirais de lume. Porque expeles lava da boca e da ponta dos dedos. Porque, porque. E eu já não suporto o ácido sulfúrico que me espalhas sobre a pele como creme hidratante.</p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal">Das tuas palavras ficam-me restos de vozes e ruídos, em eco. E escuridão.</p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 153);" class="MsoNormal">Vazo-me aqui, sem música, sem imagem, sem mim, sem nada.</p><div style="text-align: justify;"><br /></div>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com28tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-51494134270678080342007-08-07T19:13:00.001+01:002010-08-13T10:42:37.849+01:00ceifa<div style="text-align: left;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXrhwS46gU38Edwy-aBRT-kOyP2fxkZvbL-yBnuREoNcWkZW_8CR0H7pYgqPXS81MZZRAWRJ5M7HOA71HPuo42M6iZu8IvlUyCY-FrfYJhSruvLP6x2ubOPFYEWyuQzsZXN0tDtz0tdvks/s1600-h/eyes_by_envidiosa.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXrhwS46gU38Edwy-aBRT-kOyP2fxkZvbL-yBnuREoNcWkZW_8CR0H7pYgqPXS81MZZRAWRJ5M7HOA71HPuo42M6iZu8IvlUyCY-FrfYJhSruvLP6x2ubOPFYEWyuQzsZXN0tDtz0tdvks/s320/eyes_by_envidiosa.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5096028246856401618" border="0" /></a><br /></div><br /><br /><span style="text-decoration: underline;"><br /></span><span style="text-decoration: underline;"><br /></span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Azeitonas. Consta que as negras são as mais doces. Nunca gostei de azeitonas. Até provar o teu olhar. Até fazer do teu corpo, pomar de oliveiras, a minha cama, o meu abrigo. Voltei a ele como um Outono, vezes sem conta. Vesti-o de um verde seco e pendurei-lhe os teus olhos. Vastidão cintilante que tanto me encanta. Sem me dar conta, preparei-o para a apanha, para ser fustigado e degustado por outrem, num Novembro pleno de chuva. Agora corre-me azeite nas veias. Gorduroso, espesso, acre. Colesterol maligno, que me entope vasos sanguíneos e pensamento. Já não gosto de azeitonas. Têm um travo amargo e são prejudiciais à saúde. A melancolia exacerbada também. Já não gosto de azeitonas. Mesmo que minta quando o digo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style=""><span style="font-style: italic;font-size:85%;" ><span style="color: rgb(255, 102, 0);">photo eyes by envidiosa</span></span><br /></span></p><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/erjuirnj78an3be.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-4393535878558584872007-07-24T21:21:00.001+01:002010-08-13T10:56:09.154+01:00raízes<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiPTQ3klyGVDFEXk1ocWQK1ZlQgbn8NPZDtsPwUpTX7onvjNUOeE3wN5HAlW8iSo-09cwpK9RvojbOcDDtCJuCpRaERyCoie75UIzhydIVDh7As29DnECYYsJKekdoODf1I8ivK8WC50T8/s1600-h/2.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 392px; height: 243px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiPTQ3klyGVDFEXk1ocWQK1ZlQgbn8NPZDtsPwUpTX7onvjNUOeE3wN5HAlW8iSo-09cwpK9RvojbOcDDtCJuCpRaERyCoie75UIzhydIVDh7As29DnECYYsJKekdoODf1I8ivK8WC50T8/s320/2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5091639550489100930" border="0" /></a>Recebi há pouco uma chamada da Croácia, país de ruínas romanas e ossos de Neandertal. Veio de uma cabine telefónica e possibilitou-me felicitar alguém que encontrou hoje na virilha do Mar Adriático o seu berço. Durou uma pequena fracção de tempo, mas o suficiente para me deixar nostálgica. As saudades do que não se viveu são, de longe, as piores. Memorizei o número no meu telemóvel, com a ideia de, num dia de apetecida viagem, devolver a chamada, na esperança de que alguém a ouça e atenda. Surgiria daí uma bela história, certamente. História com corpo côncavo em embarcação, braços em mastro, espírito em vela, que me transportaria Danúbio abaixo, até ao Delta, a partir da qual me reencontraria com parte dos vestígios das minhas origens, pelo menos das que trago frescas e arejadas na memória.<br /><br /><br /></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="">“Ne-om rãzima capetele-unul de altul<span style=""> </span><span style=""> </span><o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="">Si surîzînd vom adormi sub înaltul<span style=""> </span><span style=""> </span><o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="">Vechiul salcîm. - Astfel de noapte bogatã,<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="">Cine pe ea n-ar da viata lui toatã?”</i></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><i style=""><span style=""> </span><span style=""> </span><o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="">“De faces coladas, num doce êxtase, nós<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="">Adormecendo debaixo da velha árvore das cigarras<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="">Com sorrisos sonhadores, parecemos um paraíso por descobrir<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="">Quem, por uma noite assim, não daria toda a sua vida?”</i></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; font-weight: bold;"><span style="font-size:85%;"><span style="">Mihai Eminescu - Sara pe deal (Convorbiri literare, XIX, 1883 1 iulie, nr. 4)</span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/3p4sqjz00h5oamm.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-56395416073280899682007-07-22T00:34:00.001+01:002010-08-13T12:11:18.307+01:00renúncia<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1D2y8iyO4LXQ1lKGNR4U7n-fqEKZpYodV1pxrouqYwab0OErr7-4_l5w_ja_8aMdiCKb9JNYm82G0gwlfyp6Bu4XlaFl600hkSUvRZTgIyow9NMGc7-COkb2WzcwBOL7Tolm-m7FZACMU/s1600-h/our_last_kiss_by_sotoxic.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1D2y8iyO4LXQ1lKGNR4U7n-fqEKZpYodV1pxrouqYwab0OErr7-4_l5w_ja_8aMdiCKb9JNYm82G0gwlfyp6Bu4XlaFl600hkSUvRZTgIyow9NMGc7-COkb2WzcwBOL7Tolm-m7FZACMU/s320/our_last_kiss_by_sotoxic.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5089798237879763570" border="0" /></a>Já alguma vez te disse que não gosto do teu beijo? É de uma humidade cortante e fina, como uma lâmina. Espelho do meu desapego. Moves-me o desejo, do cheiro da tua pele ao quente do sangue que te palpita nas veias. Mas a tua boca barragem estagna-o.<br />Da tua vida topo de gama extraio todas as recusas que te ofereço, todas as imagens do que não quero ser. Porque, estupidamente, a facilidade nunca me satisfez. Transpiras, estremeces, dás-te. É tudo o que pretendo de ti, como satisfação momentânea. O antes e o depois são meros adereços. Quem nada espera, tudo tem - já dizia o outro. Tu esperas demasiado. Eu também... mas não de ti. Já alguma vez te disse que não gosto do teu beijo?<br /><br /><br /><br /><br /><div style="text-align: right; font-style: italic; color: rgb(255, 102, 0);"><span style="font-size:85%;">photo Our Last Kiss by sotoxic</span></div></div><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/je6pxri8sdh9v0t.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6431948065784626406.post-4297588385127711642007-07-11T23:55:00.001+01:002010-08-13T12:30:53.500+01:00entardecer<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPcF7c4AXg_RkCpS6EUdfRwcVBu7ZI0t2x7UNBvt1omC_WhPbXCsuL1A5ztQ6kpjRE_igiU8Hc97pp5PBf6s0aL22XQMFg2Yuyosrh3ll7-z6V1vep2pjkFnQb7y3KTLUYk3N9Pwijj3ro/s1600-h/Burning_Train_by_aengys.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 248px; height: 248px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPcF7c4AXg_RkCpS6EUdfRwcVBu7ZI0t2x7UNBvt1omC_WhPbXCsuL1A5ztQ6kpjRE_igiU8Hc97pp5PBf6s0aL22XQMFg2Yuyosrh3ll7-z6V1vep2pjkFnQb7y3KTLUYk3N9Pwijj3ro/s320/Burning_Train_by_aengys.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5086079000092103218" border="0" /></a><span style="">Com o passar dos anos, das décadas, tendemos a esquecer ou negligenciar as pequenas coisas que nos dão prazer. Observar com olhos alheios, para mim, é uma delas. O poder económico, o comodismo, a preguiça, privam-nos de situações e momentos deveras interessantes. Há quatro anos que, neste país, não frequentava os transportes públicos. Numa tarde igual a tantas outras, apeteceu-me diluir-me na cidade, andar à deriva, ver (mais do que olhar) as pessoas com quem me cruzaria, inventar histórias para a vida de cada uma delas, colocá-las numa peça de teatro só minha, sem as cruzar. Foi o que aconteceu quando me encostei a um pilar da estação, a uma hora de ponta quase estéril, onde meia dúzia de pessoas se prostravam. “- Lucinda!”, gritava uma, olhando para o andar de cima. “-Não te ouviu.”, replicava outra. Mulheres das que se levantam às seis da madrugada, uma para montar a banca de legumes, outra para vender roupa interior a dois euros a peça. Mais à esquerda um casal elegante, ele engenheiro informático, ela empregada da pastelaria mais próxima do escritório. Ele fala-lhe de gigabytes, de memórias ram, do último grito de software de imagem. Ela sorri, gentilmente, sem perceber. Não lhe fala de bolos. Ele derrete-se perante o sorriso ou a ignorância, ou ambos, porque tanto um como outra conseguem tornar uma pessoa mais bela, e continua o monólogo. Um pseudo-executivo que chega com uma mala Pierre Cardin na mão, daqueles que se gaba do Mercedes classe S que tem na garagem, que nunca conduziu por nunca ter existido, a transpirar Verão e petulância por todos os poros. No meio do cais de embarque, um turista de mapa na mão e o olhar ansioso de quem procura alguém que fale a mesma língua que ele. Eu falo! E lá lhe explico como consegue chegar ao destino pretendido, sem lhe confessar que esta tarde também eu sou turista, mas com destino incerto para lá dos teus braços, de encontro ao vazio que ficou de nós. Olho em volta mais uma vez e a imaginação dissipa-se. Todas estas pessoas... Quantas delas já se cruzaram antes no meu caminho ou no teu? Quantas já nos tornaram, por um instante também, personagens de uma trágico-comédia que por acaso se nos colou à pele? Quantas delas poderão eventualmente ler estas linhas, sem nunca saberem que estavam presentes, que foram testemunhas do momento da minha partida para onde não mais me irás alcançar? Por isso faço questão de decorar os traços de todos os rostos que por mim passam, para mais tarde reconhecer um outro tu que vi pela primeira vez numa tarde solarenga de uma estação qualquer.<o:p></o:p></span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /><div style="text-align: right; color: rgb(255, 102, 0);"><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">photo Burning Train by aengys</span></span></div></div><br /><br /><br /><embed src="http://www.box.net/embed/n8htndc8dgaqohy.swf" width="100" height="50" wmode="opaque" type="application/x-shockwave-flash" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed>lamiahttp://www.blogger.com/profile/06103287431326444290noreply@blogger.com18