25 junho 2007

antítese

Passam os dias. Passam as horas. Nessa infinidade de tempo, passas tu. Passas mas não ficas. Barco insidioso sem âncora, margem miragem. Transportas um amor à superfície da vida. Jamais submerges em plenitude. Os teus reflexos, levam-nos a água. Rio que transporta a imagem das cidades por onde passa, sem a beber.

Sabes que no aconchego que agora renegas, habita a grandeza do que desconheces. Sobre os alicerces do que não constróis sustenta-se o templo de luz que te encandeia. No teu colo jamais repousará um cabelo branco. Sabes, e rumas incansavelmente para oeste do meu peito. Queira o ocaso desviar-te do Triângulo das Bermudas.

És a lotaria em jackpot que contemplará alguém que não eu.

O antónimo do amor, não é o ódio. O antónimo do amor, és tu, é isto.

A quimera do amor, sou eu, que queria prolongar a minha eternidade nos teus braços.


photo Prostrated Mermaid by carlapratas




14 comentários:

mystique disse...

Sinto o vazio que preenches de palavras para dizer tudo o que não diz nada. Sinto a solidão que habita nos meandros das dúvidas que persistes em não ter.
Acredita, o monstro sou eu, não tu!

fs1 disse...

o antónimo do amor não é o ódio. o ódio é apenas outra face do amor.
o antónimo do amor é a indiferença ;)

Dhyana disse...

Vim conhecer o teu canto e agradecer a visita.
Gostei do texto, a saudade está em cada palavra e outros sentimentos ficaram na reticência da imagem.
Beijos...

lamia disse...

mystique, de monstruoso só os pensamentos tolos que ocorrem em noites presas por um fio.

lamia disse...

Concordo com a outra face da moeda, mas não com a indiferença. Essa, não é antónimo, é vazio. :) Muito obrigada pela visita. Volta sempre.

lamia disse...

dhyana, também gostei muito da tua "casa". Pretendo visitá-la mais vezes. Obrigada pelas palavras. Bem-vinda.

fs1 disse...

achas lamia? esqueci-me de dizer que sou a fairy do grito do silencio ;) aqui tenho de me registar com a conta do gmail.
gosto do vermelho do teu blog. é intenso. parece ser o teu espelho.

Me, Myself and I disse...

As palavras são muitas vezes um reflexo do que somos e pensamos... Eu, para muitos sou apenas o reflexo do que projectam em mim!
Tua "casa" mexeu cmg... Voltarei com toda a certeza ;)
Beijoc@.

lamia disse...

Acho, sim, Sílvia. Já me tinha questionado. Obrigada por o teres esclarecido. :)

lamia disse...

Me, Myself and I, que grande retribuição! :) Obrigada. E volta, sim, sempre que o vento sopre nesta direcção. És muito bem vinda.

jota disse...

Venho agradecer a visita e o belíssimo comentário (autêntico micropoema...).

Não conhecia o Vicissitude. Vejo que o blogue é jovem, desejo-lhe pois os maiores cometimentos e felicidades. Passarei a ser leitor e vou já arrumá-lo na barra literal do meu estaminé...(http://scripta.wordpress.com)

lamia disse...

Muito obrigada, jota21. Sinto-me verdadeiramente lisonjeada. E o prazer foi todo meu. Até breve. :)

nana disse...

é isto...


mesmo


tudo


isto.



.





que no vento tenhas sentido,
por mais breve a maré,
o amor de tudo,
tudo o resto,
tudo o que tu,
na vida.

x

lamia disse...

nana,


o sentir

mesmo que breve

permanece

para um sempre longo demais


x