Estado intermédio entre tarde e noite. Limbo que me arrebata os sentidos e me deixa ébria e letárgica. Hoje, especialmente. A hibernação constrangida dos pensamentos que me têm massacrado o espírito a todos os instantes. Como que uma anestesia. E sabe-me bem. Ostenta o travo agridoce da libertação e da intangibilidade. Gosto deste pairar sobre as coisas. Gosto de sentir o odor remoto da tua pele à distância, sem que me penetre as narinas. De recordar a leveza inconfundível nos passos que te levam e trazem. A permanência indelével do que se funde no abraço. Foi preciso despertar de uma sesta, depois de tantas noites sem dormir decentemente, para acordar em mim. E saboreio-me na eternidade de tudo o que sei meu. Naquela paz outonal que nos abstrai do que nos rodeia e faz parar o tempo. Ao som suave e nocturno da chuva miudinha que não cai. Hoje vou estar comigo. Na contagem decrescente dos minutos que me separam novamente do sono. De uma forma como não me visito há muito. E vou sentir-me como outrora, quando o chão se solidificava, a porta se abria e tudo era possível.
11 comentários:
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(porque não tenho palavras.
só mesmo o sentir.
que renascimento...
:,o)
..)
[...:)...nana...x...]
a vida sao ciclos,
na diferença das mares cheias e das mares rasas.
esse artrito de mudança e bom sinal ;)
prontos desculpa la a invasao mas nao resisti
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Zaza, não é uma invasão e fizeste bem em não resistir. Cede ao impulso mais vezes... sem artrites. ;)
Obrigada pela visita e pelo comentário. Gostei do teu blog. Voltarei a passar.
:)
Obrigada eu, Nana (II). Espero que sim. És bem vinda.
Tudo é realmente possível...
beijos
Quase tudo, Luís. Quase.
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Que o Outono chegue. Depressa.
Estar com nós próprios pode por vezes ser fastidioso mas não se torna por isso menos necessário.
Só o nada é impossivel a quem quer!
Lâmpada, há-de chegar, sim. Se não for depressa, será devagar. Partilhado ou solitário, o Outono vem sempre iniciar um novo ciclo de renovação.
Obrigado.
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