O amor deveria ser uma panela de sopa sem fundo, servida às conchas e ao desbarato. A fome seria menor.
O amor deveria ser uma balança de pratos equilibrados. Mas não escolhe nem peso, nem medida, nem cor, nem tempo, nem voz. Escolhe-nos e já está.
E partimos para o mundo com a cabeça em jardim florido. E partimo-nos a nós na viagem.
O amor é felino. Faz o que quer.
O amor é o que levaste de mim, na prova desleal dos teus sentidos.
Dás-me a vestir farrapos como trajes carnavalescos. E eu mergulho nas águas turvas dos canais de uma Veneza mais a norte e mais a longe.
Escrevo-me em postal, com gestos de giz em ardósia de palavras quebradas a meio. E guardo-me num envelope sem selo.
22 comentários:
um barco à deriva de fundos vermelhos. Tantas vezes se perdeu enquanto em horas mortas se engasgava com as lágrimas secas inertes brotadas de seus olhos.
O amor que nos carris de um comboio azul e branco esteve para ser quebrado em duas partes. Não se partiu, nem foi jogado ao rio. Ficou. Decerto num coração ferido e cheio.
O amor.
Ainda existe.
exacto :)
No coração de alguns, Francesca. Apenas.
Olá, Marco meteoro.
Umbeijo para ti, numa concha de sopa feita para colher o amor
Será o amor como o menino de sua mãe "jaz morto e apodrece"?
bj
que mais será o amor além de todos os envelopes e sentidos...?
Moura, não sei quem és, mas obrigada pelo beijo e pelo comentário inspirado. :)
Jão Vasco,
"No plaino abandonado / que a morna brisa aquece", talvez, que o amor também é soldado.
Obrigada pela visita.
~pi,
uma morada certa, por vezes às escuras.
...e, para ti, um sorriso.
Que lindo!
Adorei "o amor devia ser uma panela sem fundo, servida às conchas..." Tão lindo!
:)
gostei muito do teu blogue!
Miss Alcor de luva branca, esfuziante, obrigada pela visita e comentário.
Ruela, contenta-me que tenhas gostado. Espero que regresses. *
Amor já não deveria nada, enquanto o dilaceram em arenas de vidas.
Amor, funesto nome que se tinge nos corações. Maldito pária que por vezes és por sentir.
Lâmpada, o amor é uma lua e, como tal, tem o seu lado escuro e teima em mostrá-lo. Mas nem sempre. :D
e o que não se espera,
já não se espera,
esperando sempre
sei lá o quê.
...
abraço-te, contigo (re)caída, na dor.
até que.
..
@-,-'-
nana,
Quando já não se espera, algo surge, sempre.
Entretanto, desespera-se no alcance do nada.
...
O abraço prolongou-se mais um momento. Obrigada.
..
-'-,-'-@
Apeteceu-me reler-te nesta declaração amarga-doce. Achei-a mais sumarenta do que da 1ªvez lida.
Um beijo
Gasolina,
Sumarenta como o interior de um cacto... cuja pele vesti ao contrário.
Uma boa semana.
...e, mais uma vez, obrigada.
(tem-me apetecido silêncios em orquestra, infelizmente)
É mesmo...o amor é felino e faz o que quer!
Será que amamos o amor, mais que o objecto amado?
Belíssimo blogue o teu!!
With perfect love and perfect trust, belessed be!!
Obrigada, Eduarda.
Eu acho que amamos a sensação, por vezes até ilusória, mais do que o amor ou do que o objecto amado.
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